Independência ou aaahhhhhh
Mais do que um grito às margens do rio Ipiranga, o dia 7 de setembro representa uma looonga história vivida por nosso país
O quadro A Pátria, de Pedro Bruno (1918), que retrata a bandeira do Brasil sendo bordada no seio de uma família, é a sua obra mais conhecida. Encontra-se no Museu da República - no Palácio do Catete, |
No fim do inverno, um pouco antes da chegada da primavera, o feriado de 7 de setembro costuma movimentar bastante os principais destinos turísticos brasileiros.
7 de setembro - Independência do Brasil por Pedro Américo |
A data comemora a declaração de independência do Brasil em relação ao domínio de Portugal, proclamada em 1822. Baseado numa recomendação do Conselho de Estado, reunido por José Bonifácio e pela imperatriz Leopoldina, o então príncipe regente do Reino do Brasil, na época com vinte e três anos e mais tarde aclamado como D. Pedro I, decide declarar a independência.
O feriado de 7 de setembro celebra o famoso Grito do Ipiranga, em que o herdeiro de D. João VI proferiu a frase Independência ou Morte!, junto ao riacho do Ipiranga, em São Paulo , para declarar o rompimento dos laços que subjugavam o Brasil a Portugal.
Tropas do exército português, concentradas em algumas regiões do território brasileiro, contestaram de forma violenta a independência do Brasil, que só foi oficialmente reconhecida por Portugal e pelo Reino Unido em 1825..
Mas mudou o quê?
Na real, depois do tal grito não mudaram muitas coisas por aqui. O País continuou sendo dominado por um imperador português, algumas pessoas ainda eram escravas e o mesmo tipo de economia se manteve. Essa independêcia só mudou mesmo o tipo de política do País, mas as pessoas que precisavam de uma vida melhor não sentiram efeito nenhum. Só em 1831 que D. Pedro realmente teve de voltar para a Europa, mas ele deixou seu filhinho, D. Pedro II, de 5 anos, para ficar em seu lugar! Esse período é conhecido como Regencial.
Essa época foi beeem conturbada na história brasileira, pois mais e mais revoluções aconteceram, principalmente de Estados que queriam se tornar independentes. Só muuuitos anos depois o movimento republicano ganhou força, com a abolição da escravatura, e no dia 15 de novembro de 1889, um marechal chamado Deodoro da Fonseca deu o golpe em D. Pedro II, proclamou a República e se tornou o primeiro presidente do Brasil. Bem... daí em diante tem muuuito mais história! Mas fica para uma próxima...
Parte superior do monumento da Independência, no Ipiranga, em São Paulo |
Hino da Independência
Letra de Evaristo da Veiga e música de d. Pedro
Ao ser composto, o Hino da Independência do Brasil não tinha este nome. Nem sua música era a mesma que hoje é cantada nas comemorações da semana da pátria. O hino que homenageia nossa separação de Portugal tem uma história interessante, que vale a pena ser conhecida.
Quem o compôs foi o fluminense Evaristo Ferreira da Veiga e Barros (1799-1837), que era livreiro, jornalista, político e poeta. Com a fundação da Academia Brasileira de Letras, em 1897, Evaristo da Veiga tornou-se o patrono da sua cadeira de número 10.
A maior parte da composição que se inicia com os versos "Já podeis da pátria filhos" é anterior ao grito do Ipiranga e data de agosto de 1822. Favorável à independência, Evaristo da Veiga escreveu o poema que intitulou "Hino Constitucional Brasiliense" e o fez publicar.
O poema agradou o público da Corte, o Rio de Janeiro, e foi musicado pelo então famoso maestro Marcos Antônio da Fonseca Portugal (1760-1830), que havia sido professor de música do jovem príncipe dom Pedro - imperador Pedro 1º, após a proclamação da Independência.
A maior parte da composição que se inicia com os versos "Já podeis da pátria filhos" é anterior ao grito do Ipiranga e data de agosto de 1822. Favorável à independência, Evaristo da Veiga escreveu o poema que intitulou "Hino Constitucional Brasiliense" e o fez publicar.
O poema agradou o público da Corte, o Rio de Janeiro, e foi musicado pelo então famoso maestro Marcos Antônio da Fonseca Portugal (1760-1830), que havia sido professor de música do jovem príncipe dom Pedro - imperador Pedro 1º, após a proclamação da Independência.
Idas e voltas
Com a abdicação de dom Pedro 1º, a Regência, o Segundo Reinado e - principalmente - a proclamação da República, o Hino da Independência foi sendo gradativamente deixado de lado. Somente em 1922, quando do centenário da Independência, ele voltou a ser executado. No entanto, na ocasião, a música de dom Pedro foi posta de lado, sendo substituída pela melodia do maestro Portugal.
Foi durante a Era Vargas (1930-1945), que Gustavo Capanema, então ministro da Educação e da Saúde, nomeou uma comissão para estabelecer definitivamente os hinos brasileiros de acordo com seus originais. Essa comissão, integrada entre outros pelo maestro Heitor Villa-Lobos, houve por bem restabelecer como melodia oficial aquela composta por dom Pedro 1º.
Foi durante a Era Vargas (1930-1945), que Gustavo Capanema, então ministro da Educação e da Saúde, nomeou uma comissão para estabelecer definitivamente os hinos brasileiros de acordo com seus originais. Essa comissão, integrada entre outros pelo maestro Heitor Villa-Lobos, houve por bem restabelecer como melodia oficial aquela composta por dom Pedro 1º.
Independência ou Morte